segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Adeus.
Eu senti suas mãos quentes, tão quentes tocar a ponta dos meus dedos das mãos, e eu sabia que talvez aquele pudesse ser o nosso único e maior contato físico.
Não me assustei e sequer me movi, permaneci deitada naquela cama me dedicando apenas a ouvir a sua respiração ofegante e nervosa de quem tinha tanto medo do futuro quanto eu.
"Eu te amo, me perdoe por não pode ficar..." foi o que o ouvi dizer, e neste momento foi o que me fez mover e silenciá-lo com o dedo indicador. Aquele momento doía demais para poder piorá-lo com palavras que materializavam a realidade que estávamos vivendo.
Eu sabia mais do que ninguém que aquele "adeus" era necessário, estava sendo tão injusto aprisioná-lo a uma forma de vida a qual ele já não mais pertencia, e no meu egoísmo eu o queria mesmo assim, ainda que isso o retardasse, ainda que isso o afastasse ainda mais da ordem natural de todas as coisas.
Em seguida, logo me veio o contato mais fisicamente forte que poderíamos ter, ele me beijou a testa numa demonstração de respeito e saudade e, em seguida, sumiu... simplesmente partiu levando aquele adeus entalado na garganta.
Hoje, ainda espero por sua volta... uma esperança insana de quem aguarda pelo impossível; e não existe uma única noite que não converso com ele, mesmo que já não mais me escute. Sei que enquanto revivo a nossa história diariamente em meus reflexos de lembrança, ele estará comigo mais uma vez e sempre.
Assinar:
Postagens (Atom)